Foto: Alexandre Vidal / CRF

Não é clubismo, não mesmo. Também não é conversa de torcedor, de forma alguma. Verdade é que tudo está claro como a água: forças ocultas não querem o octacampeonato do Flamengo. Não é necessário enumerar os fatos, pois, você que é torcedor tem acompanhado a parcialidade com que o time da Gávea tem sido tratado e, quanto a isso, não se tem mais dúvida, pelo menos não depois do jogo desta noite contra o Bahia, e contra a CBF, na cidade do Rio de Janeiro.

Foi no peso gigante da camisa rubro-negra que, mesmo tendo um jogador expulso inexplicavelmente nos primeiros minutos de jogo, o Fla abriu dois gols no placar no primeiro tempo, levou a virada com menos de 15 minutos da segunda etapa e, contra tudo e contra todos, quando ninguém mais esperava, no peito e no passe de letra de Pedro, no oportunismo de Vitinho e na raça pura e negra de Gérson que a vitória épica, histórica e inesquecível foi arrancada em pleno Maracanã.

Foi mais ou menos assim: com apenas quatro minutos de peleja, tudo vermelho e preto. Bruno Henrique achou um espaço no meio-campo e acertou chute raro no ângulo abrindo o placar.

Mas cinco minutos depois, um dos episódios que marcaram negativamente o confronto: Gabigol levou o cartão vermelho de forma inesperada e sem um motivo que podemos chamar de justo. Alegou o árbitro que o jogador teria proferido palavras de baixo calão em sua direção. Será? Incrível é que o mesmo se encontrava de costas pro atacante naquele momento.

O Fla dominava as ações mesmo com um atleta a menos. Aos 32, BH27 foi lançado na grande área, dominou a bola, passou à frente do marcador e rolou pro lateral Isla ampliar: 2×0.

O time do Ninho fazia excelente partida até então, mas, após o intervalo, as coisas se complicaram. O Fla voltou desligado do vestiário e com 14 minutos do segundo tempo o Bahia já havia virado o placar e vencia por 3×2, com gols do colombiano Ramirez e dois do atacante Gilberto.

O jogo pegava fogo. Além dos gols, muita discussão entre jogadores, dirigentes e treinadores, dentro e fora de campo. O meia Gérson era um dos mais alterados e visivelmente indignado com algo que acontecera em campo.

A partida seguiu e, mesmo com a já citada inferioridade numérica, além de estar atrás do placar, o time de Rogério Ceni colocou a cabeça no lugar, buscou forças, teve personalidade e foi atrás do resultado.

Aos 36, Pedro, recém saído do banco de reservas, escorou de peito cruzamento de Filipe Luis e deixou tudo igual. O Mengão então se encheu de gás e foi pra cima. Queria mais, queria a vitória. E não é que ela veio.

Aos 44, após passe acrobático de letra de Pedro, Vitinho, que também saíra do banco, tocou suave para as redes e sacramentou a vitória suada e dramática dos donos da casa.

A bola parou de rolar aos 52 minutos, mas o embate continuou mesmo após o apito final. O meia Gérson, um dos destaques do duelo, veio às câmeras de TV e fez grave denúncia de injúria racial contra Ramirez do time baiano. Tal fato teria ocorrido no decorrer do segundo tempo e foi só aí que entendemos o que tirou do sério o nosso craque naquele momento.

Não há muito o que se falar sobre esse tipo de episódio, esses que exorbitam a esfera esportiva e viram caso de polícia. Nós, enquanto torcedores, lamentamos profundamente ter que vivenciar tamanha estupidez em pleno século XXI e a única coisa que podemos fazer é exigir sim uma resposta à altura das autoridades na esfera que tiver que ser.

Quanto ao jogo, vencemos na bola, no peito, na raça e no ‘modo’ Flamengo e foi uma daquelas vitórias pra encher de orgulho o torcedor, pra inspirar o elenco e arrastar todos na direção do único objetivo que nos restou nessa temporada. A virada emblemática dessa noite pode ter marcado a retomada definitiva em busca da liderança.

Quem sabe não fomos campeões no jogo de hoje e ainda nem sabemos disso?

SRN.

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