Flamengo e São Paulo se enfrentaram novamente no Rio de Janeiro, desta vez em jogo de ida pelas quartas de final da Copa do Brasil, duelo que marcou a estreia de Rogério Ceni, o novo treinador rubro-negro.

Com postura e posicionamento bem diferentes do último confronto, nesta noite os donos da casa foram bem mais intensos e se apresentaram de forma mais compacta. Alias, a tal da descompactação entre as linhas de marcação, deficiência sistêmica que perdurava jogo após jogo na ‘era’ Domènec, parece que, agora sob nova direção, foi corrigida e os jogadores de Ceni mantinham-se bem mais próximos um do outro. Foram apenas dois treinos sob a batuta do novo técnico.

No 1º tempo, o time do Ninho não teve tanto a bola, mas foi melhor, mais objetivo e criou diversas oportunidades. Posicionando-se em linha alta, mas mantendo os blocos de marcação unidos, o Fla chutou sete vezes a gol contra nenhuma, absolutamente nenhuma tentativa do time paulista. Porém, o ataque do Fla não se encontrava e desperdiçou algumas chances.

Após o intervalo, o jogo esquentou. Mal o juiz apitou, um lançamento preciso nas costas da zaga para o atacante Brenner abrir o placar pros visitantes.

A resposta veio no minuto seguinte, com um passe de Bruno Henrique que achou Gabigol dentro da área em condições de deixar tudo igual no Maracanã.

Os mandantes persistiam na marcação alta, o que forçava o rival a errar bastante na saída de bola. Aos 23 minutos, num desses erros, a bola sobrou pro uruguaio Arrascaeta que arrematou pro gol sem goleiro, mas a bola foi pra fora. Um gol incrivelmente perdido.

O jogo se desenrolava com o campeão brasileiro tendo a iniciativa de praticamente todas as ações da partida e seguia perdendo oportunidades de marcar. O São Paulo, por sua vez, administrava o placar, mas era pressionado e continuava cometendo erros.

Mas nenhum erro foi tão grotesco, infantil e fatal como o que ocorreu aos 42 minutos. Tentando dar um drible dentro da pequena área, o goleiro Hugo Souza se enrolou, perdeu a bola e permitiu que Brenner marcasse o gol da vitória. Triste e revoltante pela forma irresponsável que o arqueiro entregou o jogo. Vida que segue, Neneca é novo e vai ter tempo e apoio pra se recuperar.

O resumo da ópera foi negativo, pois perder dentro de casa em competição de mata-mata é sempre preocupante. No entanto, alguma evolução ficou evidente na postura tática e na forma da equipe rubro-negra se portar. A impressão é que o novo comandante da Gávea chegou com personalidade e conhecimento de causa e, principalmente, sabe onde está e aonde quer chegar.

O coração hoje dorme triste, mas quarta-feira que vem é outro dia. Que voltem os lesionados e os selecionáveis. Que volte o meu Flamengo.

SRN.

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