O Flamengo não tem planos de seguir outros clubes do Brasil e permitir que sócios-torcedores tenham direito a voto nas eleições presidenciais rubro-negras. Em entrevista ao jornalista Mauro Cezar Pereira no “Uol”, o presidente Rodolfo Landim se posicionou contrário à ideia e explicou a sua visão:

– O Flamengo está estruturado, mas alguém pode quebrar o clube em três meses. A governança do Flamengo é super presidencialista e os poderes que o presidente tem são enormes. Se eu amanhã quiser contratar o Neymar, lanço uma dívida de R$ 1,25 bilhão e ponto. Por isso sou contra fazer do sócio-torcedor um eleitor. Alguém lançaria uma plataforma de promessas malucas e quebraria o Flamengo . Ficaria mais fácil emplacar um discurso populista. Eu poderia fazer uma graça em 2024, meu último ano de mandato, e deixar um buraco para quem vai ficar no meu lugar. Poderia… – alegou.

No fim de setembro, na vitória rubro-negra por 1 a 0 sobre o Bahia, uma torcida organizada do clube chegou a levar uma faixa para a arquibancada do Maracanã com a mensagem: “ST com Direito a Voto Já!” (a sigla “ST” se refere aos sócios-torcedores). No Flamengo , quem tem direito a voto são os sócios do clube (proprietários, patrimoniais, contribuintes, beneméritos, eméritos etc). O último pleito, realizado em dezembro de 2021, teve ao todo 2.011 votantes, e Landim foi reeleito com 1.301 votos.

No Brasil, alguns clubes nos últimos anos passaram a oferecer o direito a voto nas eleições presidenciais em seus programas de sócios-torcedores, como por exemplo Athletico-PR, Bahia, Botafogo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Vitória e Santos. O benefício muitas vezes também é uma forma de atrair mais associados, desde que estejam adimplentes no tempo mínimo de carência antes do pleito (o prazo varia de clube para clube, mas geralmente vai de um a três anos).