Opositor ferrenho ao gramado sintético, o Flamengo realizou experiência na quinta-feira, dia mais quente do ano no Rio de Janeiro segundo o Instituto Nacional de Metereologia (Inmet). Foi feita uma medição da temperatura de alguns campos do Ninho do Urubu. Enquanto a média dos gramados naturais chegou a 45º graus, um dos três de material sintético registrou pico de impressionantes 70ºC.

 

O Flamengo mediu a temperatura dos campos 3, 7 e 9 entre 12h50 e 13h de quinta-feira, quando a máxima de 40,6ºC foi registrada na estação de Marambaia, no Rio de Janeiro. Os campos 7 e 9 são de grama sintética – o Rubro-Negro dispõe desse material para a preparação contra adversários que adotam esse tipo de gramado.

 

CEO vê risco à saúde dos atletas: “Destrói as chuteiras”

 

CEO do Flamengo , Reinaldo Belotti, destacou que o gramado sintético representa um risco à saúde dos atletas. O dirigente citou o fato de as principais ligas europeias não permitirem a utilização de campos com grama 100% artificial e destacou que os jogadores podem sofrer queimaduras.

 

“Bem, esse é só mais um dos problemas dos gramados sintéticos. Não à toa, as cinco principais ligas do mundo não utilizam esse tipo de gramado. A liga holandesa, por exemplo, está revertendo aqueles que têm. E o Brasil, como um país tropical, sofre ainda mais que os outros. Imagine jogar uma partida de futebol em um gramado com essa temperatura, às quatro horas da tarde, em um verão intenso como esse nosso do Brasil. Isso destrói chuteiras, essa temperatura. Não é no sentido figurado, destrói mesmo, desmonta as chuteiras. E, em consequência, os pés dos atletas ficam expostos a queimaduras” – disse Belotti ao ge.