Apesar de ser importante citar os desfalques por conta da convocação para as eliminatórias da Copa e o ritmo absurdo do calendário em que não é possível nem descansar, nem treinar de forma mais adequada a equipe, o Flamengo hoje fez uma partida muito abaixo principalmente do ponto de vista técnico.

O Mengão novamente atuou num 4-2-3-1, escalação quase idêntica ao jogo contra o Sport com a entrada de Matheuzinho no lugar de Isla. Sem a presença de Arrascaeta para explorar os espaços as costas dos volantes e a suplência em nível bem abaixo de Diego, Dome monta o time para atacar em igualdade ou superioridade numérica com os dois ponteiros: Bruno Henrique enfrentando o lateral-esquerdo Henrique e Gerson com o auxilio de Matheuzinho pelo lado direito. Pedro é referência para o trabalho do setor ofensivo e se apresenta para associar tanto pelos lados, tanto como pivô. Porém todo esse trabalho precisa de passes que consigam encontrar os jogadores em condições de atacar e, durante a maior parte do jogo, o time gerou uma posse de bola inerte, errando muitos passes e que só conseguia atacar através da individualidade de seus atacantes.

E sim, isso também foi muito atrapalhado por um Vasco que veio a campo para ter pouca posse e buscava acelerar com Talles Magno. Jogando num 4-4-2, o cruz-maltino conseguiu fazer 20 minutos iniciais muito bons, onde conseguiu pressionar demais a saída rubro-negra. Arão precisou voltar demais para auxiliar a saída e foi pouco auxiliado por um Thiago Maia, que infiltrava tentando se associar com Diego. Em um erro de passe Bruno Henrique, Cayo Tenório conseguiu vencer Filipe Luís e servir a joia vascaína para abrir o marcar. Após a pressão inicial, o Vasco marcou em linha médias compactadas e conseguiu gerar poucos espaços de forma aguerrida, enfrentando um Flamengo pouco inspirado. Benitez aberto pela esquerda, buscava conectar Talles Magno pela esquerda, enquanto Carlinhos e Tenório tentavam escapar pela direita. O primeiro tempo foi finalizado com um Vasco realizando melhor o que propunha.

E o segundo tempo veio com algo que Dome tem conseguido desenvolver bem nos últimos jogos: A bola parada ofensiva. Léo Pereira empatou o jogo e o gol deu mais calma para a equipe construir melhor as jogadas. Além disso, o Vasco tentou subir um pouco as linhas para buscar seu gol e deu espaços para Thiago Maia infiltrar Bruno Henrique e marcar o gol da vitória. Após isso o jogo se transformou em um toma lá, da cá, onde o cruz-maltino conseguiu criar algumas oportunidades mais esbarrou na limitação técnica de seus jogadores e no trabalho ofensivo bem a quem do realizado por Ramon. Além disso o Mengão perdeu algumas chances de fechar o jogo, principalmente pela atuação inaceitável de Michael: além de péssimo tecnicamente, foi indisciplinado para fechar o lado direito e foi facilmente batido no lance do gol bem anulado pelo VAR de Cano.

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Apesar de tudo, os 3 pontos vieram. É preciso ter um pouco de paciência por tudo que vem acontecendo. Dome não tem condições de conseguir fazer o time evoluir na próxima semana com 3 jogos. É necessário não se desgrudar da dianteira do campeonato e aos poucos, com a volta de todos os desfalques, conseguir trabalhar melhor as boas alternativas que já encontrou.