O jogo da noite de ontem no Morumbi iniciou com um Flamengo modificado, em relação ao confronto de ida das quartas de final. O Mengão desde os primeiros minutos se postou num 4-2-3-1/4-1-4-1, em bloco médio/alto, onde Arrascaeta ganhou muita liberdade para criar. No momento sem a bola, o uruguaio sobrava na ultima linha de ataque com Bruno Henrique e quando o Flamengo retomava a bola, recuava e buscava ocupar o espaço entre os volantes são-paulinos. Apesar da noite pouco inspirada, Arrasca conseguiu em alguns momentos criar espaços, porém foram mal aproveitados por Michael e Bruno Henrique. Na saída de bola, Arão voltou a afundar entre os zagueiros e em muitos momentos o Flamengo tinha uma linha de 3 defensiva, que gerava superioridade numérica e ajudou Thuler e Léo Pereira. Matheuzinho e Renê espetados buscavam dar amplitude e ocupar o meio de campo São-Paulino, porém os dois laterais tecnicamente foram muito mal ofensivamente e deixaram a desejar da defesa.

 

Já o São Paulo veio a campo para negar espaços. Num 4-4-2, com linhas baixas, inicialmente tentou pressionar a saída rubro-negra e teve dificuldades para fazer encaixes na marcação. Porém Diniz no próprio primeiro tempo já modificou o time sem mudar peças: Luciano subia menos para marcar e muitas das vezes se posicionava como um meia central, para dificultar a saída de Gerson e forçar o Flamengo a trabalhar com os laterais. O tricolor paulista apesar de não conseguir ofensivamente produzir bem, defensivamente conseguiu no primeiro tempo ser muito intenso com os pontas Gabriel Sara e Igor Gomes recompondo a linha de marcação e com Dani Alves e Luan tomando muito cuidado com Arrascaeta. Juanfran e Reinaldo tomaram conta de Vitinho e Lincoln enquanto Bruno Henrique era marcado pela dupla de zaga Bruno Alves e Diego Costa.

Após um primeiro tempo muito truncado onde, apesar de ter a bola, o Flamengo pouco construiu. O São Paulo veio para a segunda etapa decidido a encerrar a eliminatória. E assim fez em 9 minutos. Diniz subiu as linhas de marcação e começou o segundo tempo sufocando o Flamengo e logo aos 2 minutos da segunda etapa, Dani Alves enfiou bola para Luciano entre as linhas de marcação rubro-negras e o atacante não perdoou o erro de posicionamento de Renê, deixando-o em posição legal para abrir o placar. 7 minutos depois, Reinaldo recebeu livre na esquerda, sem a pressão de Vitinho e cruzou para Luciano se adiantar a mais um erro de posicionamento da linha de defesa e marcar de cabeça, 2×0.

Everton Ribeiro havia entrado no início da segunda etapa, no lugar de Michael, entretanto a presença do atual camisa 10 da seleção não mudou a inócua produção ofensiva da equipe. Pepê deu lugar a Thuler e Arão mais uma vez atuou como zagueiro. Em bola cruzada na área, Brenner colocou a mão na bola e um pênalti foi assinalado. Vitinho pegou a bola de Everton Ribeiro e isolou qualquer possibilidade de classificação.

A partir dai, psicologicamente o jogo já havia acabado. Tchê Tchê, Hernanes e Vitor Bueno entraram para dar sangue novo a equipe paulista no lugar de Gabriel Sara, Brenner e Igor Gomes, o São Paulo terminou a partida com uma trinca de volantes e com Léo no lugar de Reinaldo na lateral. Já Rogério Ceni tirou Arrascaeta, Bruno Henrique e Vitinho de campo, claramente visando poupar os jogadores para a sequência de jogos na temporada. Lázaro, Lincoln e Pedro Rocha pouco produziram. Em mal recuo de Arão, Pablo recuperou a bola e vencendo o atabalhoado Léo Pereira decretou números finais ao confronto. 3×0 no Morumbi, 5×1 no agregado.

Na soma dos dois confrontos, o São Paulo foi melhor coletivamente e mereceu a classificação. Porém esta classificação foi muito facilitada por erro individuais da equipe rubro-negra, tanto no ataque, quanto na defesa. No primeiro jogo, a equipe produziu no primeiro tempo 4 chances claras de gol e não marcou. Já no segundo tempo sofreu dois gols em dois chutes do tricolor paulista, um deles em falha bisonha de Hugo. No Morumbi, os erros de marcação de Thuler, Léo Pereira e Renê foram cruciais para sofrer dois gols em 9 minutos. O lateral-esquerdo, marcou atrasado nos dois lances a linha de impedimento e a dupla de zagueiros perdeu duelos individuais para a dupla de ataque são-paulina. Ceni tem somente 3 jogos pela equipe, é muito difícil fazer qualquer crítica ao técnico que não remeta as atuações individuais deste plantel. Antes de conseguir ter um plano tático mais seguro defensivamente e que consiga voltar à produzir gols, é necessário recuperar psicologicamente a equipe, caso o Flamengo ainda almeje ser campeão nesta temporada.