No primeiro jogo de Dome em mata-mata, o Flamengo começou o jogo muito preocupado em não gerar espaços para ser explorados pelo clube paranaense. Taticamente, nenhuma mudança em relação aos últimos jogos, porém, o time buscava fazer uma saída mais segura e subir as linhas em momentos mais oportunos, para não gerar espaços para contra-ataques. Arão auxiliando mais a saída de bola e em alguns momentos abria a direita, para dar mais liberdade aos avanços de Isla. Thiago Maia segurou mais a posição e participou mais em conectar Bruno Henrique no jogo do que atacar espaços mais frente.

Individualmente, Bruno Henrique e Vitinho foram tecnicamente abaixo, não conseguiam dar prosseguimento aos espaços gerados pelo Athletico/PR quando realizava pressão na saída do Fla. Em contrapartida, Everton Ribeiro e Pedro estavam mais ligados no jogo. Enquanto o camisa 7 da Gávea sempre estava se oferecendo para atacar do lado pro centro e abrir o corredor para os avanços de Isla, o centro-avante cada vez mais conseguiu apoiar o setor ofensivo, seja pelo trabalho de pivô e arranques em transições ofensivas e também sendo referência para cruzamentos.

Do lado do Atlhetico, o time se postou num 4-4-2/4-1-4-1 onde Léo Cittadini ora sobrava com Walter na ultima linha, ora se juntava a Richard e Cristian no meio. O rubro-negro paranaense buscava ligações diretas nos seus pontas Nikao e Reinaldo para atacar o Mengão. Reinaldo, buscando atacar os possíveis espaços de Isla e Nikão buscando trabalhar com Erick pela direita. Com boa atuação, Filipe Luís conseguiu segurar o ponta direita athleticano, enquanto Isla subiu menos para conseguir fechar melhor a linha. Até o gol do Flamengo, o CAP marcou em um bloco mais baixo e com o placar adverso teve que subir mais as linhas.

O segundo tempo começou na mesma toada, Athletico tentando pressionar e o Flamengo buscando explorar os espaços gerados pelo time da casa. Na primeira metade da segunda etapa, o Flamengo conseguiu atráves de transições ofensivas criar chances para matar o jogo, porém as tomadas de decisão foram muito ruins e as chances não foram concretizadas em gol. Com isso, Paulo Autori mexeu no time e trouxe alguns titulares para campo: Lucho Gonzalez e Wellington no meio de campo, Abner na lateral esquerda. O clube paranaense se postou num 4-3-3 e foi ao ataque, principalmente com boas atuações de Reinaldo e Leo Cittadini que causaram muito trabalho ao meio de campo do Flamengo, no qual obrigou Neneca a fazer grandes defesas, inclusive um pênalti cobrado por Walter.

Dome também mexeu na metade do segundo tempo: substituiu Filipe Luís por Renê e promoveu a estreia de Daniel Cabral entre os profissionais. Dessa forma o Flamengo voltou a se posicionar num 4-1-4-1, a exemplo do Internacional, porém dessa vez com Thiago Maia com mais liberdade de trabalhar com Bruno Henrique nos contra-ataques. Esse posicionamento sobrecarregou demais Arão e o Flamengo perdeu o meio de campo gradativamente. No final, Pedro saiu para entrada de Gustavo Henrique e o Flamengo montou uma linha de 5 para segurar a vantagem para o Maracanã.

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De forma geral, o Flamengo não fez uma boa exibição e não conseguiu principalmente produzir o volume de jogo das partidas anteriores. Ficou muito claro que Dome teve precauções defensivas maiores de costume e isso reduziu bastante a volupia ofensiva do time, buscando trabalhar mais com os espaços athleticanos. Porém, o time recuou demais suas linhas e permitiu que o adversário produzisse bastante, em especial no segundo tempo, e isso precisa ser corrigido. Além disso, algumas atuações individuais no ataque atrapalharam bastante. No final, uma vitória importante, em um jogo fora de casa de mata-mata. Lições precisam ser aprendidas, mas o resultado positivo precisa ser comemorado.