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Os primeiros minutos do jogo no El Cilindro foram à mil por hora, como o técnico do Racing Sebastian Becaccece. O Racing veio a campo no já esperado 5-4-1 sem a bola e um 4-1-4-1/3-4-3 no momento ofensivo, com os alas mais abertos e Nery Dominguez se juntando a linha de meias. Porém, diferente do esperado, a equipe albiceleste sufocou o Flamengo desde os primeiros minutos e dificultou demais a saída de bola rubro-negra. E aos 13 minutos abriu o placar: Fabricio Dominguez venceu Léo Pereira e Filipe Luís, Thuler foi a caça do lateral e abriu um buraco para Fértoli atacar o espaço e abrir o placar. O Flamengo estava perdido em campo, entretanto dessa vez contou com Bruno Henrique para voltar ao jogo. O camisa 27 venceu o mesmo Fabricio Dominguez e serviu Gabigol para empatar o jogo. Com o gol de empate o Flamengo conseguiu se encontrar um pouco melhor no jogo. Atuando num 4-2-3-1, e não no esperado 4-4-2 de Jesus, Ceni deixava claro a ideia de centralizar Arrascaeta para conectar em enfiadas de bola Bruno Henrique, atuando como ponta-esquerda e explorando as costas dos laterais. Apesar de, em teoria, o Racing atuar numa linha de 5, o Flamengo conseguia ser muito perigoso quando conseguia passar pela primeira linha de marcação: ao invés de manter a linha, os laterais do time argentino atacavam o jogador com a bola do Flamengo e deixavam as costas abertas para Bruno Henrique avançar pela esquerda enfrentando o lento zagueiro Sigali. Em belo chute na trave, o atacante quase virou o jogo.

Porém os problemas defensivos continuaram a acontecer na zaga flamenguista. Thuler e Léo Pereira fizeram um primeiro tempo muito ruim e deram muitos espaços para ligações diretas que o clube argentino fazia a Lisandro Lopez. Em bola aérea, o veterano atacante quase marcou o segundo gol. Além disso, o Flamengo continuou à se expos em saídas de bola equivocadas e deu algumas oportunidades para a equipe do Racing e as atuações ruins dos laterais Renê e Filipe Luís, que deram muito espaço a Reniero e Fértoli trabalhar pelos lados.

A segunda etapa começou diferente: enquanto nos primeiros 45 minutos de jogo o Flamengo obteve 61% de posse de bola, na segunda etapa o Racing conseguiu igualar a posse e nos primeiros 15 minutos do segundo tempo teve mais a bola e construiu duas grandes chances de fazer 2×1 além de um gol anulado, porém a equipe argentina falhou e não marcou. Vitinho deu lugar a Gabigol, poupado após volta de lesão, e Flamengo teve seu melhor momento no jogo. Sem o mesmo vigor físico, o Racing foi recuando e dando a bola para o Mais Querido trabalhar. Mais centralizado, Bruno Henrique teve uma segunda etapa mais a baixo, entretanto a dupla Vitinho e Arrascaeta pela direita conseguiu construir as maiores oportunidades do Flamengo no jogo: um gol bem anulado e bom chute do camisa 11. Pillud entrou no lugar de Fabrício Dominguez para atacar mais pelo lado direito e em bola parada o Racing teve mais um gol bem anulado, porém um lance mudou totalmente a partida: Thuler solou a canela de Lisandro López e foi expulso.

A partir dai foi um ataque x defesa no final do jogo. Diego e João Lucas entraram para povoar o meio enquanto Arão foi inicialmente para a zaga. O Flamengo se postou num 4-4-1 com Diego sobrando entre os meias, mas recuando com o avanço do Racing. Depois Renê deu lugar a Gustavo Henrique e Arão terminou o jogo na lateral-direita. Já o Racing enfiou o centroavante Godoy na área no lugar de Fértoli e partiu para um abafa final, porém sem efetividade alguma.

No final das contas, o empate em 1×1 foi um resultado justo pelo que os times produziram em campo, porém não mostrou o quão frágil as defesas de Racing e Flamengo foram durante os 90 minutos. Apesar da dupla de zaga rubro-negra mais uma vez em uma péssima noite, os problemas defensivos do time são coletivos e precisam ser corrigidos por Ceni. No lado ofensivo, a dúvida que fica é se Rogério vai preferir utilizar o “quarteto mágico” em seu posicionamento já conhecido desde Jorge Jesus ou se vai optar mais uma vez com Bruno Henrique aberto à esquerda para explorar às costas dos laterais do Racing. Dado a grandeza do adversário e as circunstâncias do jogo, foi um ótimo resultado para o Mengão.