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Internacional e Flamengo, duelo de líderes ainda há pouco em Porto Alegre. Jogo bom de se ver, disputado, brigado. No final, um empate com gosto de vitória dadas as circunstâncias do embate.

O 1º tempo do jogo foi de uma péssima apresentação do Rubro-negro e, mais uma vez, jogou fora os primeiros 45 minutos de confronto. Se serviu pra alguma coisa, foi pra demonstrar a fragilidade do sistema defensivo do time de Domènec. Com falhas coletivas, mas sobretudo individuais, o Fla entregou de bandeja dois gols ao time do Beira-Rio.

A equipe do técnico Coudet pressionava desde o começo, avançava os blocos, colocava seis, às vezes sete jogadores no campo de ataque e não dava espaço ao Fla pra trocar bola e construir as jogadas.

Logo aos seis minutos, o lateral direito Isla cometeu falha primária, tentou um drible pra trás, perdeu a bola para o meia Patrick que tocou pra Abel Hernandez abrir a contagem pros donos da casa.

Aos 10 minutos, em sua primeira saída para o ataque, o Mais Querido empatou com gol de Pedro. O atacante avançou com liberdade e chutou no canto de Marcelo Lomba.

Devida a forte pressão de marcação do Colorado, o Fla tinha muita dificuldade em iniciar as jogadas. Não é a 1ª vez que demonstra essa deficiência em enfrentar aqueles que avançam as linhas e marcam dentro do campo adversário.

Aos 24 minutos foi a vez do zagueiro Gustavo Henrique sentir a pressão e vacilar feio. Tentou dar passe de efeito na entrada da área e acabou dando assistência precisa pro atacante rival Thiago Galhardo tocar na saída do goleiro Hugo e fazer o segundo gol.

Foram pouco mais de 20 minutos de letargia da defesa rubro-negra que permitiram que acabasse a 1ª etapa com o placar adverso.

No 2º tempo, uma alteração de posicionamento no Flamengo que começou a mudar o cenário da partida. O meia Gérson, que jogava aberto na esquerda, trocou de posição com Vitinho que até então jogava centralizado. Tal mudança deu mais volume ao meio-campo e fez o campeão brasileiro vir pra cima. Mas o que mudou também foi a postura em campo.

Diferente da etapa inicial, o Flamengo passou a jogar com mais vontade e personalidade, trocava passes no campo de ataque, envolvia, pressionava e empurrava o Inter. Insistia pelos lados, por dentro e dominava completamente as ações.

O Inter dava a impressão que não tinha mais gás pra manter a marcação do começo e a galera do Ninho tomou o jogo pra si.

Mas foi no sufoco do início ao fim. Teve bola tirada sobre a linha do gol, teve bola que explodiu na trave. Mas a pelota não entrava.

O sofrimento durou até os 49 minutos, quando Gérson conduziu para o meio, cruzou e encontrou Éverton Ribeiro na marca do pênalti para cabecear no cantinho. Só aí veio o respiro de alívio.

Um péssimo 1º tempo, mas uma etapa final à altura da capacidade da equipe rubro-negra.

Não podemos deixar de ressaltar a apresentação irretocável do camisa 21, Pedro. Jogador de visão privilegiada, raça e perfil de vencedor. Pedro driblou, lançou, fez gol. Joga simples, mas joga demais e ‘categoria’ é o seu sobrenome.

Por fim, vale destacar que temos, sem dúvida, um elenco invejável e incomparável a qualquer outra equipe do lado de baixo do Equador. Mas vamos combinar que, em jogos disputados como esse, cinco titulares vão sempre fazer falta.

SRN

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