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Qualquer pessoa que acompanha o futebol brasileiro, desde o torcedor fanático ou o analista mais frio normalmente tem a opinião de que a arbitragem é combalida e falha. Isso se dá por muitos motivos, entre eles, o fato de os juízes e árbitros normalmente terem mais de uma função profissional. Esse quadro mudou com o tempo, e mesmo que o quadro brasileiro eventualmente participe de Copas do Mundo e demais competições internacionais, as reclamações sobre o desempenho não cessam, e não foi diferente no ultimo domingo, 21 de Fevereiro entre Flamengo e Internacional, principalmente graças a expulsão de Rodinei após falta no lateral Filipe Luís.

Ora, na rodada passada entre Inter e Vasco o time colorado teve um gol cuja ação do VAR foi muito discutido. O campeonato seria manchado por isso, ou a “narrativa” só funciona se for a favor do reclamante. Fato é que o árbitro de vídeo, além de não garantir a certeza em vários lances no futebol internacional, no caso brasileiro, ainda demora muito. Qualquer checagem por mais boba e tímida que seja tende a demorar dois minutos, quando não mais, e esse tempo não retorna mesmo com acréscimos no fim da partida, sem falar no incomodo gigante da apreensão de não conseguir comemorar o momento mais sublime de um jogo, que é o gol, pois todo tento tem obrigação de ser verificado.

Não gosto de frases lugar comum, mas até a tradição dos torcedores do Inter em reclamar de arbitragem, com ou sem razão, reforçam a ideia de Farinha Pouca Meu Pirão Primeiro seja entre Fábio Costa e Tinga ou Rodinei e Filipe Luís. Essa mentalidade além de gerar o incomodo apelido carinhoso e pejorativo de Cholorado, também traz algo negativo, torna impeditivo qualquer debate ou discussão, ou seja, é papo brabo e não papo reto. Nem ser torcedor justifica essa mentalidade acéfala.

Fato é, Klaus, que é um árbitro elogiadíssimo (superestimado na opinião desse que vos fala, mas vá lá, em meio a um cenário de juízes tão abaixo do medíocre ele se destaca) estava muito mal. Chegou atrasado em boa parte dos lances capitais, a própria expulsão do lateral colorado ele estava longe, além do que ele se mostra sem critérios, pois em lances semelhantes no passado ele puniu com cartão amarelo e não vermelho. A  questão também é ligada ao lance em si, talvez na outra vez ele tenha amarelado por conta da intensidade, e assustou a imagem, realmente, do tornozelo de Filipe Luís pisado pelo adversário e ex-colega de time.

O Var não é Carta Magna, não torna todos os lances em indiscutíveis, pelo contrário tornou o impedimento em um evento de interpretação, unido também há alguns comportamentos pedidos aos árbitros, como de deixar a jogada correr até acabar (baita tiro no pé), por mais que isso pareça teoria da conspiração.

A conclusão que se chega é que o árbitro de vídeo não impede de ocorrer injustiças em campo, e a reforma da arbitragem BR precisa acontecer para ontem, falar qualquer coisa fora disso é tapar o sol com a peneira. Flamengo e Inter teve pênalti, gol anulado por falta, uma falta que gerou um cartão vermelho possivelmente injusto, e se isso ocorresse em um jogo não decisivo,  já seria grave, em uma final é patético, como também é ridículo dirigentes cantando e atrapalhando os juízes nas arquibancadas diga-se de passagem, mas isso, segundo quem defende que o campeonato está comprometido, não reclama, por conveniência ou por puro desconhecimento.

Erros de arbitragem ocorrem, e normalmente favorecerão times grandes, coisa que ambos times são, ambos tem mais de um título brasileiro, ganharam duas Libertadores cada, ganharam Mundial, o torcedor do Inter simplesmente se apequena e torna seu próprio objeto de devoção em algo menor. Se o Flamengo for campeão não será só pelo jogo do Inter, além de ter perdido pontos em muitas partidas importantes, teve sorte e competência no final, com uma partida a disputar ainda, assim como o Inter teve méritos ao ganhar nove partidas seguidas e tropeçou bizarramente contra Sport Recife, não buscou a vitória contra o Athletico, para ficar em dois exemplos recentes. O certame é no campo, qualquer ação judicial tornaria o campeonato em um evento torto, mas manchado, é exagero, uma reclamação besta e inconsequente.