Hospital de Campanha no Estádio do Pacaembu. Foto: Sérgio Andrade/Governo do Estado de São Paulo
Hospital de Campanha no Estádio do Pacaembu. Foto: Sérgio Andrade/Governo do Estado de São Paulo

É nesta quarta-feira, às 21h30, em Itaquera, que Corinthians e Palmeiras entram em campo, o maior clássico de São Paulo. Tudo lindo, tudo maravilhoso no maior cidade do país. Não há sequer um caso de coronavírus na grande capital, a vacina contra a Covid-19 foi criada e estamos livres da pandemia. Parece um texto de comédia, não é? Tudo é verdade, exceto a parte do coronavírus em SP.

A volta do Campeonato Paulista acontece com um dos maiores clássicos do país, com uma taxa de 439.446 casos de pessoas contaminadas pela Covid-19 e 20.532 óbitos, somente em São Paulo. Caramba, um site de notícias do Flamengo trazendo informações de SP? Sim! O fato é que na volta do Campeonato Carioca, em que a maioria dos clubes estavam de acordo com o seu retorno, apenas um clube (na maioria das vezes) foi criticado e não só por torcedores rivais e a imprensa, mas também por alguns rubro-negros.

Com uma taxa gigante de pessoas contaminadas e mais de 20 mil mortos em São Paulo, o Paulistão está de volta! Vamos comemorar o retorno e fazer uma linda chamada para o “Derby” (não é a marca de cigarro).

Voltando ao Carioca 2020, todos ficamos cientes das medidas de segurança que os clubes adotaram, e inclusive o Flamengo foi elogiado pela FIFA e CONMEBOL. O doutor Márcio Tannure, chefe do Departamento Médico do Fla, foi convidado pela maior entidade do futebol para debater protocolos sobre a Covid-19, mas em que momento você viu a grande mídia elogiar o Flamengo? Pouquíssimas vezes, ou quase nada. A CONMEBOL, foi outra que citou o Rubro-Negro como um grande exemplo nos protocolos usados para prevenir a saúde de seus atletas.

O grande “malvado” do Rio de Janeiro foi o responsável por doar mais de 3000 cestas básicas fora as máscaras, álcool em gel nas comunidades do RJ e também exames de Covid-19 gratuito para centenas de moradores. O “monstro” também foi o responsável por ajudar os clubes pequenos do Campeonato Carioca doando cartões alimentação para os jogadores que foram afetados pela pandemia.

Vejo nos maiores canais de esportes do Brasil muitos colegas de profissão elogiando a volta do Paulistão e ignorando as mortes que aconteceram e ainda acontecem no Estado de São Paulo. Não estou reclamando da volta da competição, que ao meu ver, se for seguido todos os protocolos para que sejam prevenidas as vidas dos profissionais envolvidos, que volte! Mas, peço aos profissionais da área, que sejam imparciais diante do que vem acontecendo.

No Rio de Janeiro, quando o Carioca retornou, a cidade contabilizava até o dia 18 de junho, data da volta, 87.317 casos com 8,4 mil óbitos. Um número triste, infelizmente. Portanto, pela terceira vez cito no texto: Em SP, são mais de 400 mil, com mais de 85 mil óbitos, porém não vi a grande mídia de SP criticar o retorno do Campeonato Paulista.