Reprodução: Alexandre Vidal/CRF

Em momentos muito ruins no campeonato, Flamengo e Goiás se enfrentaram na Serrinha buscando antes de tudo competir e se proteger defensivamente. A equipe esmeraldina iniciou a partida num 5-3-2 que em alguns momentos se transformava num 4-4-2 por conta da movimentação do ala pela direita Shalyon, que em alguns momentos buscava ocupar o meio de campo para saídas esporádicas do time goiano. Assim David Duarte se tornava um lateral momentaneamente. Pelo lado esquerdo, Jefferson pouco atacava pelo lado, sendo um lateral que fechava a linha de defesa antes de tudo. Nos poucos momentos que subiu, o Goiás teve suas melhores oportunidades, devido muitas vezes ao fator surpresa gerado por uma linha de defesa flamenguista com encaixes em dobras para a dupla de ataque Rafael Moura e Fernandão. Sem velocidade pelos lados, o Goiás foi muitas das vezes presa fácil para a defesa rubro-negra.

Já o Mais Querido veio a campo num 4-2-3-1 que Ceni só havia implantado contra o Racing na Argentina. Marcava em linha média e buscava pouco se expor. Bruno Henrique aberto à direita buscava dar amplitude à equipe na zona de força, porém sofria uma marcação em zona quase tripla por Shalyon, David Duarte e Breno. Arrascaeta buscava criar pelo meio, mas o Flamengo atacava em inferioridade numérica: Além de Bruno Henrique bem marcado, Gabigol era vigiado pelos 3 zagueiros e Arrascaeta era marcado individualmente por Ariel Cabral e em zona por Douglas Baggio. Cabia a Everton Ribeiro e Isla buscar aproveitar os espaços gerados pelo setor direito, porém a dupla foi inoperante na partida e sobrecarregou o setor ofensivo no lado esquerdo.



No momento defensivo, além dos zagueiros rubro-negros que marcavam a dupla de ataque goiana, Arão auxiliava ambos para facilitar a marcação que pouco sofreu. Assim, Diego era o responsável por fazer a transição defesa-ataque. E o camisa 10 foi a chave para furar o bloqueio adversário. Como já dito, o Flamengo atacava com menos jogadores  e não conseguia gerar superioridade qualitativa em algum setor, para que pudesse ser possível criar situações de mano a mano, entre um ataque flamenguista muito mais qualificado que a linha de defesa goiana. E nas três situações onde um jogador mais recuado rubro-negro conseguiu avançar, o Flamengo conseguiu fazer três gols: dois bem anulados e um que entrou na placar. Em uma oportunidade, Rodrigo Caio conseguiu avançar pela segunda linha goiana e permitiu que Arrascaeta trabalhasse no 1×1 com David Duarte e cruzou para Everton Ribeiro e consequentemente o camisa 7 servisse Gabigol na pequena área. Nas outras duas oportunidades, foi Diego o “homem-surpresa” que gerou volume ofensivo: primeiramente avanço na meia lua e passe na medida para Gabi também marcar em posição irregular. Contudo na segunda oportunidade, Arrascaeta conseguiu roubar uma bola no meio (em um dos pouquíssimos momentos de pressão pós-perda rubro-negro) e tabelou com Diego para enfim abrir o placar para o Mengão aos 42 minutos da etapa inicial. Apesar de terminar a primeira etapa com 60% de posse de bola, o Fla pouquíssimo criou além das situações de gol citadas e chutou a mesma quantidade de vezes que o Goiás, 5 vezes.

A segunda etapa começou de forma diferente: Vinicius Lopes entrou no lugar de Douglas Baggio e posteriormente, Fernandão e Breno deram lugar a Daniel de Pauli e Miguel Ferreira respectivamente. O Goiás se reorganizou num 4-1-4-1, buscando forçar jogar pelos flancos com a presença de pontas que deram mais velocidade à equipe. Já o Flamengo não mudou suas peças no ínicio da etapa final, contudo começou a marcar num bloco mais baixo, buscando explorar os espaços da defesa adversária. O Flamengo chegou a sofrer pressão nos primeiros 10 minutos do segundo tempo, mas em contra-ataque, Bruno Henrique se aproveitou do erro de Fábio Sanches e serviu Gabriel Barbosa para marcar 2×0.

A partir daí o jogo entrou num ritmo pouquíssimo competitivo. O Goiás tentou trazer sangue novo ao ataque com Índio e Sandrinho nas vagas de Rafael Moura e Ariel Cabral, mas pouco conseguiu produzir. Já o Mengão poupou algumas peças para o confronto contra o Palmeiras na quinta. O quarteto mágico e Filipe Luís foram substituídos. Com Vitinho a direita, Michael a esquerda e Pedro no ataque, o Flamengo ganhou velocidade porém não conseguia mais reter a bola no ataque. Com a entrada de João Gomes no meio, Diego sobrou na ultima linha com o centro-avante rubro-negro e Renê entrou bastante disperso no final, em que quase entregou um gol para o Goiás. Nos acréscimos, Pedro ainda teve tempo de marcar o terceiro, em mais um erro de Fábio Sanches.



No fim, a vitória valeu bem mais que o desempenho. O Flamengo não foi intenso e não conseguiu dominar uma das piores equipes da competição. Sem pressão pós-perda, trabalhou muitas vezes com segundas bolas e ofensivamente teve um repertório bem pobre. Defensivamente a equipe conseguiu ser segura, porém isso custou muita das vezes a presença de poucos jogadores no ataque. No frigir dos ovos, o Fla conseguiu a vitória muito devido a qualidade técnica de seus atletas, mas principalmente pela presença de um elemento surpresa nas linhas goianas chamado Diego Ribas. O camisa 10 vem evoluindo com Ceni e se torna cada vez mais uma alternativa interessante para toda equipe. É preciso evoluir para o confronto contra o finalista da Libertadores Palmeiras.

SRN

Twitter: ds_fortunato

1 COMENTÁRIO

  1. Diego Ribas sempre foi um boa peça para nos,apesar de ter nos deixado triste em algumas decisões,mas o que nós faz ter ele em nosso time e forme em que se entrega e da a cara a linha de frente para levantar nosso time👏🏻👏🏾👏👏🏿🙌🙌❤️🖤Uma vez Flamengo sempre Flamengo,Flamengo até morrer 🖤❤️👏🏿👏👏🏻👏🏾🖤❤️👏🏿👏👏🏻👏🏾🖤❤️