São Paulo e Flamengo disputam na noite de hoje uma vaga às semifinais da Copa do Brasil. Um confronto de mata-mata por si só já carrega consigo diversas peculiaridades de uma decisão em 180 minutos. Todavia, o confronto de hoje também traz alguns aspectos tanto dentro, quanto fora de campo, que agigantam ainda mais o duelo.
Tratando das quatros linhas, o técnico Rogério Ceni terá um grande desafio a ser vencido: Como dar segurança defensiva ao Flamengo sem tornar o time passivo demais? Nos jogos em que comandou a equipe até aqui, nitidamente o Mengão marcou em um bloco mais baixo para proteger sua linha defensiva, que sofreu demais com Domènec pela falta de movimentos coordenados para marcar em linha alta. Além claro dos gritantes erros individuais, que já fizeram o Mais Querido deixar alguns pontos pelo caminho nesta temporada.
Apesar do time ter sofrido gols nos dois jogos, já é possível afirmar que o clube da Gávea está menos exposto defensivamente. Entretanto, para isso, Ceni abdicou em muitos momentos da pressão na posse de bola adversária. Com Dome , o Flamengo marcava mais alto e pressionava com mais intensidade a saída de bola os adversários do que Ceni, que optou neste curtíssimo recorte de duas partidas, marcar mais baixo para corrigir os erros evidentes defensivos gerados pela opção mal treinada do técnico catalão.
E isso pode ser relatado em números: Com Dome , o Flamengo alcançou uma média de 19 desarmes por jogo pelo Campeonato Brasileiro e é a sexta equipe que mais rouba bolas no campeonato. Já com Ceni, o número de desarmes foi bastante reduzido em seus jogos iniciais pelo clube: 11 desarmes contra o São Paulo e apesar 8 desarmes contra o Atlético/GO. Além disso é preciso ressaltar que o Fortaleza, clube no qual Rogerio treinava até 9 dias atrás, é a equipe com a menor média de bolas desarmadas na liga nacional ,com apesar 16 desarmes por jogo.
Além de manter por mais tempo o adversário mais longe de sua meta ,marcar com linhas mais próximas do campo de ataque permite que o clube consiga produzir mais ofensivamente , pelo maior tempo que terá a posse ofensiva. O DNA ofensivo do Flamengo exige que os jogadores sejam agressivos desde a marcação. Porém, é necessário treinamento para que os jogadores consigam realizar os movimentos de marcação de forma intensa e tornando a equipe menos exposta possível. No final das contas, Ceni precisará, no jogo de hoje, conciliar momentos em que terá de ser mais intenso e agredir o adversário de forma mais incisiva, seja na marcação, seja com a bola nos pés e ao mesmo fazer com que o time sofra pouco defensivamente.
