Imagem: Globoplay Reprdoução

As vésperas de estrear o terceiro capítulo de Predestinado, Gabriel Barbosa o principal biografado do documentário, acabou se envolvendo em uma estranha polêmica, onde foi levado a prisão por conta de uma aglomeração no meio da pandemia.

Para além dessa triste e vergonhosa atitude, que desdenha das mais de duas mil mortes diárias oriundas da pandemia, o terceiro capítulo, A Glória começa na capital peruana, em Lima, onde ocorreu a final da Libertadores de 2019, aquela em que o artilheiro fez dois gols no final e que mudou a história dele, do time e de toda a torcida.

O astral do seriado melhora neste capítulo três, mesmo que os problemas dos outros episódios, persistam. Segue o choro da família Barbosa, em especial de Valdemir, o pai de Gabi. Há uma valorização dos sentimentos meio incabível, um apelo a pieguice que irrita e causa espanto por sua insistência.

Gabigol explica como foi a estranha expulsão na final, em mais um de seus muitos movimentos infantis, de reação igualmente tola da arbitragem e auxiliares. O atleta melhorou essa postura, ao menos de uns tempos para cá, chegando a ficar pendurado por vários jogos, chegando a quase duas dezenas deles sem levar sequer um cartão amarelo. A série pelo menos não passa pano para ele, destaca seus defeitos quando é necessário, até porque se não fizesse isso, pareceria chapa branca demais.

Junior Pedroso, empresário de Gabriel fala no início desta terceira parte que o atacante é muito frio dentro de campo e isso se reflete em uma de suas falas, de que naquele dia de decisão, ele não olhava para o tempo, ou cronometro, não tinha pressa em agir. Para ele qualquer momento era momento, e aconteceu o que aconteceu, dois gols, depois de uma partida que estava apagado, ao menos até então.

Foi um jogo histórico, em seis minutos Gabi conseguiu algo que para a torcida parecia impossível mas que para ele era algo fácil de fazer e com um atraso de 28 anos, ele rompeu com o jejum do Flamengo, mudou a historia de um jogo e de uma torcida inteira. No entanto, a mera descrição desses fatos não tem tanto peso documental, afinal, todos os registros jornalísticos da época (e posteriores) fizeram isso, de maneira melhor e mais aprofundada até. Até agora Predestinado decepciona, pois é mecânico, artificial, os bastidores mostrados são interessantes apenas para quem é fã incondicional do atleta, e quem geralmente é assim são crianças, que certamente, passarão longe de documentários fora uma exceção ou outra.